quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Hoje eu senti vontade de escrever algo diferente de antes. Simplesmente porque me livrei de todas as coisas de antes. Eu separei cada pedacinho de coisas boas dentro de mim, e coloquei dentro de uma caixa onde só eu sei o segredo para abrir. O que sobrou foram todas as juras falsas e folhas de papel com declarações decoradas, que simplesmente amaçei e joguei de lado, no decorrer do meu caminho. Eu deletei todas as memórias e momentos que, não posso dizer que foram ruins, mas que hoje em dia não fazem mais parte do mundo que achei que conhecia, e as atirei de um penhasco, sem dó e nem piedade. Atirei pedras em todas as paredes de hipocrísia, uma a uma, até estarem destruídas por completo. Peguei todo o dinheiro que eu tinha - ou que eu achava que tinha - e coloquei dentro de uma sacola, aquelas de super mercado mesmo. Deixei na primeira esquina em que passei. Então vocês se questionam, não seria melhor ter dado a alguém que estava realmente precisando? mas, pensando bem, mesmo que seja alguém necessitado, quem me garante que no futuro essa pessoa não seja mais uma dessas que usam o dinheiro para se sentir melhor?! Deus separa a quantia certa para entregar na mão de cada um, e tenho certeza que, ele colocará a pessoa certa lá. Quanto ao resto que me sobrou, bem, não foi muita coisa. Apenas algumas pessoas que já significaram muita coisa para mim mas que hoje, só somam no setor de lições; Tive o pequeno trabalho de juntar todas elas, assim como num dente de leão. Apontei para o meio do nada e, simplesmente soprei. Elas foram tão longe, mas tão longe, que tenho certeza que nesta vida, nunca mais passaram por perto de mim. Ou pelo menos espero que não. Enquanto isso, pego a minha caixinha e agora não tenho mais medo de deixar alguém abrir, pois sei que o que realmente está lá, não será tomado, mas sim meu por toda uma eternidade, e não há nada que a mude. Então posso falar o segredo para vocês, para que vocês criem suas caixinhas e aprendam que só o que vai embora nessa vida é o que nós permitimos... O segredo é Deus, família e amizade. Se não fosse por isso, tenham certeza, eu estaria tão perdida quanto aquelas pequenas pessoinhas que soprei longe. É exatamente assim que eu vou vivendo, amando os que eu odiava, e odiando quem eu amava, alguns podem chamar isso de falsidade sim, mas, não se enganem. É amadurecimento.
A vida é feita de escolhas. Mesmo quando nós temos chance de voltar atrás e refazê-la, algo no nosso subconsciente nos faz cegar pra o que realmente é bom pra nós. Aí o tempo passa, as lembranças insistem em bater à porta. A saudade não cessa. E num súbito momento de crise você gostaria de voltar no tempo e fazer diferente. Você vê o que perdeu. Você vê que tudo o que te fez tomar aquela decisão hoje não faz o menor sentido. Nem as pessoas que ocuparam o seu precioso tempo, nem as coisas que você achava interessante e mais importante. Nem mesmo seus pensamentos fazem sentido agora. Você olha pra trás, vê o quanto fez alguém sofrer por sua causa. E você nem acha que foi capaz de cometer tal erro. - Desculpa por tudo, como eu fui tolo ao achar que poderia viver sem você! - Eu já escutei essa frase. Também já falei alguma vez. Porque isso também já aconteceu comigo. Entenda uma coisa: Por mais que as coisas pareçam claras agora, você tem segurança, tem certeza, você já sabe a decisão que deve tomar e sabe que não vai voltar atrás. Mas lá na frente, quando a cabeça esfriar, a falta chegar e o coração se vulnerar, você vai entender que tudo o que tinha de mais valioso ficou pra trás. E fica difícil acreditar agora mas, lá na frente vai ficar bem claro. Acredite. Porque se tem uma coisa que é certa, é que você pode passar 24 horas na rua. Pode ter mil distrações, pode conhecer milhares de pessoas. Mas alguma hora do seu tempo, você estará só. Você, o seu travesseiro e a sua lembrança. Assim você sentirá falta de quem estava ao seu lado por toda a vida. E se você não conseguir recuperar o que perdeu naquela época, de toda essa situação você levará apenas duas coisas: o aprendizado, e o arrependimento.